quinta-feira, 1 de julho de 2010

Monarquía Tupiniquim

Vou começar a deambular pelo nosso querido Brasil; o país dos “REIS” e “IMPERADORES”. Certamente vocês estão pensando na era da colonização, quando os monarcas portugueses, fugindo de Napoleão, deram com os costados em nossas praias. Pode até ser, mesmo porque aqueles eram autênticos e os nossos atuais nós criamos, talvez por saudades dos nossos irmãos lusitanos. A direfença entre as duas épocas é que os atuais são mais glamurosos e dispõem de meios de comunicação para a difusão de suas imagens monárquicas!

Vou citar alguns poucos que lembro: Roberto Carlos - o Rei dos cancioneiros; Luiz Gonzaga - o Rei do baião; Pelé - o Rei do futebol; e Adriano - denominado pelos italianos como – Imperador. De que ou de onde, não sei! Acho que nem ele sabe... Falcão, conhecido como o “REI DE ROMA” ... e ainda temos um “FENÔMENO”. Este Brasil é maravilhoso e lúdico. Não podemos esquecer do nosso saudoso “LAMPIÃO”, o “REI” do cangaço e sua “Dama Maria Bonita” a Rainha do Bando. que era movido pela vingança, pela vontade de chacinar todos os meganhas que haviam, gratuitamente, assassinado seus pais, quando ele, o chefe do Bando, O VIRGULINO, ainda criança, embaixo de uma cama, assistiu a infernal cena de defenestração de seus entes queridos. Lampião ganhou este apodo porque a extremidade do cano de sua espingarda mantinha um lume aceso durante todo o tempo em que ele atirava, dada a sua velocidade no gatilho. Talvez esteja incorrendo em dissertação apócrifa por falta de melhores informações.

Parece-me que, da mesma maneira que os indianos gostam de Deuses, considerando que naquele país existe um Deus para cada situação ou necessidade, ou doença, plantas, emoções, carência etc., existe um Deus para atender suas súplicas.

Assim como eles, nós precisamos de “MITOS” para reverenciar, para aplaudir, para render homenagens. Faz parte do folclore da nossa cultura de colonizados. Não pensem que estou esquecendo do nosso principal “SALÃO MONARQUICO” O MONUMENTAL PALÁCIO LEGISLATIVO, onde reinam, incólumes, a surpreendente massa escorregadia, os nossos POLÍTICOS. Deles há, até, os que estão “se lixando” para a opinião de seus eleitores. Naqueles antros, a guerra intestina é sanguinolenta pelo posto de Rei da Corrupção. Todos querem Coroa e Cetro; vergam-se ante a cobiça. Todos os políticos de todos os mundos prostram-se na Capela do Poder, da Usura e da Impunidade, suplicando um lugar no Trono do Mando, nem que seja por algum tempo; tempo suficiente para sentirem o orgasmo, a volúpia do prazer de escarnecer dos pequenos mortais sem defesa. Naquelas casas temos o Rei do Mensalão; o da Bolsa Família; o do Escândalo dos Correios; temos o do Auxilio Moradia; o das Passagens Aéreas; o dos Palácios e Casas Suntuosas; convivemos amigavelmente com “os reis (são vários) do nepotismo”. Sem mencionar que cada Senador da República ou Deputado Federal tem uma legião de assistentes, ganhando salários assustadores, para fazerem nada, a não ser procurarem ou produzirem “documentos” que possam, eventualmente, encobrir as falcatruas de seus “CHEFES ONIPOTENTES”. Vergonhoso é um termo muito “chinfrim” para adjetivar tamanho descalabro. Naquelas casas pratica-se a sublevação dos valores morais. Ignóbil, talvez, se preste melhor para definir a falta de vergonha, o cinismo, a falta de patriotismo.

Os universitários em particular e o povo em geral deveriam sair às ruas de suas cidades e postarem-se frente às Prefeituras e Câmaras de Vereadores em protesto veemente contra os desmandos. Brasília deveria ser invadida pela massa inconformada para, frente ao Congresso Nacional, dizerem aos representantes do povo, que chega de roubalheira, de corrupção, de cinismo, de vagabundagem. Dizer que todo funcionário público e todo trabalhador brasileiro trabalha 5 ou 6 dias por semana e não 3. Dos 3 dias, a maioria chega tarde e sai cedo, e enquanto estão por lá, tomam cafezinho, sem nem mesmo saber quem está pagando, e confabulam o próximo achaque. Chega de impunidade. Chega de sofrimento. Chega de escravismo. As mães brasileiras, a exemplo, das argentinas, deveriam sair em “panelaço” pelas ruas e em frente aos “monumentos de rapinagem”, desde Brasília até o menor dos Municípios.

Este é o meu protesto mudo, já que não sai do âmbito de meus relacionamentos e, que com certeza, não surtirá efeito nenhum. É uma pena!

Novamente vou me deitar inconformado...

Anchieta Antunes

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